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Deteção de Gases

A deteção de gases deve ser efetuada utilizando detetores específicos para cada tipo de gás. Esta deteção é geralmente efetuada por uma central que recebe as informações provenientes dos diversos tipos de detetores e atua em conformidade com o tipo de gás detetado.

Como funciona um sistema de deteção de gases:

Na deteção de gases são geralmente utilizadas centrais de deteção de gases ou detetores autónomos.

Com a utilização de centrais de deteção com várias zonas, existe a possibilidade de cada canal da central ser programado para a deteção de mais do que um gás especifico, dependendo do detetor que seja utilizado – essa programação será feita indicando quais os níveis de alarme (até 3 níveis) dos gases em causa.

Os gases a detetar poderão ser de 3 tipos (dependendo dos detetores utilizados):

  • Gases Inflamáveis
  • Gases Tóxicos
  • Oxigénio

As unidades de medida para deteção destes tipos de gases são:

  • ppm (partes por milhão) para gases tóxicos
  • %LIE (Limite Inferior de Explosividade) para gases inflamáveis
  • %O2 (% de oxigénio) para o Oxigénio

Gases Inflamáveis

Para a deteção de gases inflamáveis, os detetores deverão ser instalados o mais próximo da fonte que hipoteticamente os produzirá ou nos locais onde seja mais provável a acumulação do gás, de modo a que a probabilidade de deteção seja a mais elevada possível.

Para gases mais pesados que o ar os detetores deverão ficar posicionados mais perto do chão e para os mais leves mais perto do tecto.

Densidade do ar ≈ 30

  • Gás Metano – 16 mais leve que o ar
  • Gás Propano – 44 mais pesado que o ar
  • Gás Butano – 58 mais pesado que o ar

Gases Tóxicos

Na deteção de gases tóxicos, pretende-se geralmente proteger uma vasta área e as pessoas que por ai circulam. Assim, a melhor posição para a colocação de detetores de gases tóxicos é a altura das vias respiratórias de um adulto. Como é difícil estabelecer uma altura exata, e como os gases se desenvolvem em “nuvem”, os detectores tóxicos deverão ser instalados entre 1,20 m e 1,40 m

Oxigénio

A monitorização do nível de oxigénio num ambiente específico pode, por vezes, ser essencial e crítico, especialmente em ambientes industriais.

A concentração de oxigénio normal no ar é 20,9% do seu volume em ambiente seco.

A falta de oxigénio é uma das principais causas de morte súbita, mas o enriquecimento de oxigénio numa atmosfera pode também provocar a inflamabilidade de certos materiais, razões porque o seu nível deve ser verificado para que se mantenha dentro dos níveis admissíveis de segurança.

Tipos de gases mais comuns

Monóxido de Carbono

O monóxido de carbono “CO”, é um gás incolor, inodoro e altamente tóxico que é produzido pela combustão incompleta. Pode ser encontrado nos fumos de escapes de automóvel, fogões, sistemas de aquecimento, incêndios e inclusive no fumo de cigarros. Outras fontes incluem os sistemas de exaustão defeituosos dos esquentadores, aquecedores a gasolina/diesel e fogões a gás mal conservados.

O CO interfere com a capacidade do sangue de transportar oxigénio. Os sintomas da intoxicação por este gás são geralmente dor de cabeça, náuseas, convulsões e finalmente a morte por asfixia.

As pessoas que estão expostos a gases de automóveis, como os assistentes dos parques de estacionamento subterrâneos e os bombeiros, correm um maior risco de envenenamento por CO.

Como o CO é mais leve do que o ar, os detetores devem ser posicionados mesmo acima do nível a que é de esperar que o gás se forme (entre 1.20 m e 1.50 m).

A instalação de detetores demasiado altos ou demasiado próximos de janelas, de entradas de ar ou de outras zonas de ventilação pode impedir o gás de chegar ao detetor.

Dióxido de carbono

Apesar do dióxido de carbono estar presente na atmosfera com uma concentração de cerca de 300 ppm, o CO2 é um gás tóxico com um nível máximo de segurança de 5000 ppm (0,5% do volume de ar).

Este gás forma-se durante a combustão e processos de fermentação e é, juntamente com o metano, um dos maiores componentes libertados durante o processo de tratamento de águas, sendo também utilizado em estufas para aumentar o crescimento de plantas e produtos hortícolas.

Este gás incolor é difícil de ser medido em baixa concentração, sendo geralmente medido através de sistemas de infravermelhos.

É um gás mais pesado que o ar, logo tem tendência a concentrar-se junto ao chão e existem alguns riscos em locais pouco ventilados e com níveis de oxigénio muito baixos.

Oxigénio

A concentração de oxigénio normal no ar é 20,9% do seu volume em ambiente seco, no entanto, este nível diminui durante os processos de fabricação industrial, onde o oxigénio é consumido por processos de corrosão ou reações semelhantes, ou porque se dilui com outros gases. Em circunstâncias normais o corpo humano não tem problemas de respiração até um nível mínimo de 19,5% de oxigénio.

Por este motivo, o nível deve ser sempre verificado para que nunca desça abaixo de 18-19%.

A falta de oxigénio é uma das principais causas de morte súbita, porém, existe um outro aspeto não menos perigoso: trata-se do enriquecimento de oxigénio na atmosfera ambiente – o oxigénio torna-se tóxico em concentrações elevadas e aumenta a inflamabilidade de materiais, em especial quando excede a concentração de 24% – isto acontece normalmente na industria metalúrgica durante as operações de soldadura em salas fechadas, caso ocorram fugas do cilindro de gás de O2.

Butano

O butano, mais conhecido por “gás de cozinha”, é inodoro, por isso, por segurança e para que possamos perceber a sua presença, é misturado ao gás uma substância com um cheiro específico: é aí que as pessoas atribuem o famoso “cheiro de gás”. Este gás produz asfixia ao expulsar o oxigénio do ambiente.

Outra característica interessante do butano é o facto de, ao contrário da maioria dos gases, a sua densidade ser aproximadamente o dobro da densidade do ar atmosférico, pelo que tende a concentrar-se no fundo dos recipientes onde está armazenado.

É um gás extremamente inflamável, podendo mesmo formarem-se misturas explosivas de ar/vapores à temperatura ambiente.

Derrames ou fugas deste gás geram grandes volumes de vapor extremamente inflamáveis e a inalação de concentrações muito elevadas de vapores, mesmo que breve, pode provocar inconsciência ou mesmo ser fatal.

Propano

Tal como o butano, este gás é geralmente utilizado como combustível gasoso para uso industrial, comercial e doméstico.

É um gás extremamente inflamável, podendo mesmo formarem-se misturas explosivas de ar/vapores à temperatura ambiente.

Derrames ou fugas deste gás geram grandes volumes de vapor extremamente inflamáveis, a inalação de concentrações muito elevadas de vapores, mesmo que breve, pode provocar inconsciência ou mesmo ser fatal.

Este gás é também inodoro, sendo geralmente adicionado a este gás um agente odorante para auxiliar na deteção de fugas.

Ozono

O ozono (O3) é um gás bastante instável, a utilização deste gás está a aumentar no tratamento de água, em substituição do cloro, devido às suas propriedades esterilizantes.