Proteção Periférica e Perimétrica
É um conjunto de sistemas de proteção eletrónica concebidos para proteger um determinado espaço (perímetro), em recintos exteriores e também em espaços interiores, prevenindo intrusões, assaltos (home-jacking) e arrombamentos.
São sistemas que alertam para o facto de estar em curso uma tentativa de intrusão no perímetro da propriedade.
Tipos de tecnologias existentes
BARREIRAS DE INFRAVERMELHOS
A barreira de infravermelhos baseia a sua tecnologia na emissão e recepção de um sinal infravermelho – a célula da coluna emissora produz um raio diretivo de luz infravermelha, totalmente invisível a olho nu, que é captado pela célula receptora.
Este sistema consiste em dois módulos, um emissor e um receptor que são instalados frente a frente sobre a linha a proteger formando uma zona de detecção invisível que, se interrompida, gera um alarme.
Modo de Operação:
O emissor envia um raio de luz direccional invisível (900 nm de comprimento de onda)
O receptor possui um “olho” eletrónico que analisa a amplitude do sinal.
A um conjunto de raios de luz dá-se vulgarmente o nome de feixe e existem vários tipos de tecnologias utilizadas nas barreiras de infravermelhos:
Tecnologia de feixe contínuo
Nesta tecnologia, a emissão de luz é contínua e direccional (célula emissora – célula receptora), a qual é facilmente interrompida provocando, amiúde, falsos alarmes e consequentemente um baixo nível de segurança.
Tecnologia de feixe pulsatório
Nesta tecnologia, a emissão de luz é efetuada a intervalos regulares podendo esta ser recebida por várias células, o que minimiza os falsos alarmes, oferecendo portanto um maior nível de segurança.
Esta tecnologia proporciona ainda a possibilidade de criar canais multiplexados, agrupando um ou mais feixes, e selecionar qual o canal que cada receptor irá receber.
Este tipo de transmissão permite ainda que se estabeleça um mecanismo de sincronismo de forma a incrementar ainda mais a imunidade a falsos alarmes e a segurança proporcionada.
Tecnologia D.I.S. de 100 Hz
Com esta nova tecnologia, desenvolvida pela SORHEA, deixa de haver o conceito de célula emissora e célula receptora, todas as células passam a ter dupla função: emissor e receptor, passando as células a comunicar bidireccionalmente e a efectuar um duplo varrimento da zona de detecção, permitindo ainda a multiplexagem de feixes e o sincronismo óptico à frequência de 100 Hz.
D.I.S. – Dual Interlaced Scanning / Duplo Varrimento Entrelaçado
Esta tecnologia torna os diversos feixes totalmente independentes, permitindo agrupar feixes adjacentes e configurar as zonas de detecção, conseguindo desta forma duplicar a zona de detecção.
Outra das vantagens desta tecnologia é que, devido ao sincronismo óptico entre células, é possível dotá-las de duplo CAG – Controlo Automático de Ganho, compensando assim as variações do sinal recebido pelo receptor, a fim de garantir, em permanência, o correcto funcionamento da barreira, aumentando ainda mais a segurança e a imunidade a falsos alarmes.
Também devido a esta funcionalidade é garantido o fácil alinhamento dos feixes, ou seja, desde que as células estejam alinhadas “em linha de vista” o CAG compensará algum desalinhamento dos feixes.
Assim, com este tipo de células, a optimização do alinhamento dos feixes é extremamente fácil de ser executado por uma só pessoa, pois o fabricante normalmente integra na célula uma interface de ajuda ao alinhamento, constituída por um visor óptico, um indicador a LED e um potente buzzer.
O facto de todas as células serem bidireccionais proporciona que as informações de alarme estejam disponíveis em todas as colunas e consequentemente a rede de cabos para os contactos de alarme é livremente configurada em função das necessidades e restrições locais, simplificando-a e limitando os trabalhos de construção civil necessários para a sua elaboração, baixando portanto o investimento na segurança.
Alcance de uma barreira de Infravermelhos
O alcance de uma célula de Infravermelhos activa varia com a visibilidade:
Alcance Máximo teórico: 2550m
- Quando a visibilidade é de 200m, o alcance atinge 250m
- Quando a visibilidade é de 60m (nevoeiro intenso), o alcance é de 100m
BARREIRAS DE MICROONDAS
As barreiras de microondas são constituídas por emissores que geram ondas à frequência de 9900MHz e de receptores que analisam os sinais provenientes desses emissores.
A zona de detecção é representada por um lobo que se desdobra desde a cabeça do emissor até à cabeça do receptor.
Se um obstáculo em movimento atravessa o campo vigiado entre o emissor e o receptor, este é detectado pelo receptor, o qual envia imediatamente a informação.
Quanto maior a distância entre o emissor e o receptor, maior a largura do lobo.
Quanto mais alto é o nível de sensibilidade, maior é o lobo.
SENSOR DE DUPLA TECNOLOGIA
São sensores que combinam duas tecnologias para efectuar a detecção, as mais comummente utilizadas neste tipo de equipamentos são as tecnologias de infravermelhos passivos e de microondas.
- Infravermelhos passivos – Qualquer objecto ou pessoa emite naturalmente uma radiação na gama de infravermelhos, que é o calor irradiado por cada um de nós.A principal diferença entre esta irradiação natural e o infravermelho activo está no facto de a radiação não ser estimulada, mas naturalmente emitida.Um sensor de infravermelhos passivos detecta movimentos por variação de temperaturas no campo de detecção.
- Microondas – Um sensor de microondas combina as operações do emissor e do receptor num único equipamento.O sinal de impulsos de microondas emitido é reflectido pelo meio ambiente do sensor e captado pelo receptor. O movimento na zona de detecção modifica o sinal reflectido e a modificação é analisada e comparada com o sinal original.
Os sensores de dupla tecnologia funcionam da seguinte forma: quando o PIR detecta movimento activa o sensor de microondas. Se este último também detectar movimento, o alarme é emitido.
Ambas as tecnologias são sensíveis a diferentes fenómenos. O sensor de infravermelhos passivo é sensível aos movimentos de calor e os de microondas às condições meteorológicas (chuva, neve, nevoeiro…) ou movimentos aleatórios não considerados como intrusão, como por exemplo os da vegetação ao vento. A combinação das duas tecnologias resulta numa maior fiabilidade do sistema.
Este tipo de detector, se devidamente adaptado, pode ser utilizado em complemento ou como parte integrante de um sistema de barreiras.
Quando equipado com dois ou mais conjuntos « emissor – receptor » possui lobos que são orientados de forma a conseguir proteger até os “ângulos mortos” que se formam junto aos pontos de fixação do sensor.
BARREIRAS DE TRIPLA TECNOLOGIA
Existem ainda sistemas de barreiras que utilizam e conjugam três tipos diferentes de tecnologias: infravermelhos activos, microondas e doppler.
Dado o seu grande poder de detecção e eficiência, são equipamentos normalmente utilizados para protecção de perímetros de alta segurança, como sejam: prisões, instalações militares, nucleares e de forma geral em todas as instalações de alto risco.
A intrusão é detectada por interrupção dos feixes de infravermelhos e de uma das duas outras tecnologias (Microondas / Doppler).
A adição da hiperfrequência Doppler elimina o ângulo morto que é criado por uma barreira de microondas ao pé da coluna, não sendo preciso efectuar o cruzamento dos feixes das colunas para ter 100% de eficácia, este tipo de barreira funciona em dupla direcção, o que envolve menores custos.
DETECÇÃO POR IMPACTO
A tecnologia de detecção por impacto é baseada na análise de vibrações através de um cabo sensor.
Sistemas de detecção de penetração em paredes de edifícios
São sistemas projectados para detectar tentativas de intrusão em paredes de edifícios por corte, perfuração, impacto de viaturas, etc.
Nalguns destes sistemas é utilizada a tecnologia de fibra óptica, insensível às perturbações electromagnéticas, a qual é eficaz sobre diversos suportes como sejam: metal, tijolo ou bloco pré-fabricado.
O seu princípio de funcionamento é o seguinte: a fibra óptica transporta um sinal luminoso, quando há uma tentativa de intrusão (choque contra a parede) o sinal é deformado, esta deformação do sinal é analisada pela Unidade Central e a intrusão é detectada.
Este tipo de sistema é muito fiável, mas tem a desvantagem de ter que ser instalado na fase da construção do edifício ou a quando de uma eventual remodelação.
Outros destes sistemas, e para o mesmo fim, utilizam um outro tipo de tecnologia, que embora baseada no mesmo princípio: análise de vibrações através de um cabo sensor, o fazem de outra forma.
O seu princípio de funcionamento é o seguinte: no cabo, a espaços definidos, são inseridos sensores detectores de vibrações, os quais transmitem, através deste, a informação de detecção à Unidade Central.
Neste tipo de instalação, o cabo é fixado sobre a parede interior do edifício, o que torna a sua instalação mais prática, facilitando a aplicação em edifícios existentes.
Sistemas de detecção para vedações
Nestes sistemas é instalado um cabo ao longo da vedação a proteger, ligado a uma Unidade Central. O sistema recolhe informação de invasão por escalada, corte ou rompimento do suporte.
O princípio de funcionamento é simples – a Unidade Central emite impulsos constantes ao longo do núcleo do cabo, quando há um impacto brusco na vedação, o campo eléctrico no interior do cabo é alterado e a detecção é efectuada.
Os antigos sistemas de detecção utilizavam a detecção linear, ou seja, consideravam que o nível de “ruído” era constante ao longo da vedação, o que provocava inúmeros falsos alarmes pois, como se sabe, ao longo de uma vedação nem sempre esta tem a mesma tensão de instalação e por vezes é até constituída por diversos tipos de rede, malha, ou material e até utiliza suportes com resistências e processos de assentamento muito diversos.
Os mais recentes sistemas de detecção utilizam um cabo especial constituído por um núcleo e dois condutores paralelos e simetricamente equidistantes do núcleo.
O núcleo do cabo transporta, em simultâneo, a alimentação eléctrica ao sistema e a comunicação de dados e alarmes.
A presença destes dois condutores paralelos é o que faz toda a diferença – quando há um impacto brusco na vedação, o núcleo e os dois condutores “mexem-se” e o campo eléctrico no interior do cabo é alterado gerando um efeito de indução, quando os impulsos induzidos chegam à Unidade Central, esta calcula o tempo de retorno dos impulsos, o que permite efectuar uma detecção precisa do ponto de impacto.
Como vimos, o nível de “ruído” em cada troço da vedação pode variar muito, dependendo da tensão de instalação, dos diversos tipos de rede, de malha, ou de materiais utilizados e também dos suportes da vedação, que podem ter resistências e processos de assentamento muito diversos, pelo que importa minimizar a quantidade de falsos alarmes.
Este tipo de tecnologia que utiliza este cabo especial, só depende do software e qualidade de processamento da sua Unidade Central para configurar um melhor ou pior sistema de detecção.
Os melhores sistemas actuais permitem calibrar, metro a metro, todo o comprimento do cabo em função do tipo e estado da vedação, definir a sensibilidade e livremente dimensionar as zonas de detecção, o que faz com que não reajam a eventos repetitivos, como o vento, a chuva ou o tráfego automóvel (se a vedação está próximo de uma estrada / rua) e permitem saber com precisão o ponto de impacto.
E as zonas de detecção podem ter o comprimento e serem tantas quantas as necessárias, sendo também possível desactivar partes do cabo para se poder atravessar estradas, edifícios, etc.
Sistemas de vedação activa
Destes sistemas pouco há a dizer, pois o seu funcionamento e poder de detecção são óbvios – a vedação é constituída por painéis e postes sensíveis à vibração.
Qualquer corte ou rasgo, escalada ou tentativa de escalada, fará disparar o alarme.
São sistemas com uma eficácia de detecção de quase 100% e em que os falsos alarmes tendem para zero.
DETECÇÃO POR CAMPO MAGNÉTICO (cabo enterrado)
A tecnologia de detecção por campo magnético é baseada na análise de alterações do campo magnético gerado entre dois cabos paralelos e equidistantes, enterrados ao longo do perímetro a proteger.
O princípio de funcionamento é simples – a Unidade Central gera um campo magnético constante ao longo dos cabos, quando o campo magnético é alterado a detecção é efectuada.
Este tipo de sistema consegue fazer a detecção do ponto de intrusão com uma precisão inferior a 3 metros, sendo possível calibrar o limiar de detecção em função do tipo de solo em que o cabo é enterrado.
Qualquer movimento dentro do campo de detecção cria uma modificação do sinal magnético.
Estas alterações são analisadas e comparadas com o perfil de calibração.
Quando o limiar de perturbação do campo magnético é ultrapassado, a detecção é efectuada.
Um simples passeio ao longo do percurso do cabo é o suficiente para calibrar o sistema, adaptando o poder de detecção ao tipo de solo.
O sistema permite um ajuste específico para o disparo em qualquer ponto no perímetro protegido.
Esta funcionalidade permite calibrar todo o comprimento do cabo em função do tipo de solo e livremente dimensionar as zonas de detecção, permitindo saber com precisão o ponto de intrusão. E as zonas de detecção podem ter o comprimento e serem tantas quantas as necessárias.
DETECÇÃO TELEMÉTRICA POR LASER INFRAVERMELHO
Um detector telemétrico de laser de infravermelhos é um sistema emissor / receptor de impulsos de infravermelhos que analisa do “tempo de retorno” desses mesmos impulsos.
O princípio de detecção baseia-se na variação desse “tempo de retorno” causada por uma intrusão no campo de varrimento ou modificação do ambiente de referência.
Um só deste tipo de dispositivos é capaz de, se para tal for construído, varrer em 360º todo perímetro a proteger.
Podem ser instalados horizontalmente para uma detecção a 360º, ou verticalmente, configurando dessa forma uma “cortina” de detecção para, por exemplo, com um único dispositivo, proteger toda a fachada de um edifício.